Mídia mais Barata

A panfletagem é uma forma muito usada de publicidade. Se caminharmos em vias movimentadas veremos muitas pessoas entregando esse tipo de mídia. Para a gerente de um restaurante, Mary Silva e Roberto Santos, que trabalha da administração de uma auto-escola, o folheto é a forma mais barata de publicidade. Ambos utilizam essa mídia para propaganda. “É mais barato, se eu fosse anunciar em outra mídia, e o resultado não seria muito diferente”, afirma a gerente do restaurante.

Os entregadores de panfletos ouvidos entregam em média por dia de 500 a 1000 panfletos por dia. “Dependo muito do dia e do clima”, conta Cristiano, que distribui folhetos na Avenida Paulista. Ele afirma que a maioria das pessoas que pegam lêem o anúncio.

Para Ademar Kametani , gerente comercial de uma distribuidora de folhetos, há diferentes tipos de distribuição. “Fazemos as entregas em faróis, para pedestres e casa a casa”, conta Ademar, que acha que a distribuição em faróis e para pedestres possui maior impacto. Já Luciano Montellato, diretor de arte de uma agência publicidade, afirma que os panfletos atingem todas as classes sociais.

A maioria das pessoas ouvidas pegam os panfletos. “Eu pego por educação. Se o assunto me interessar leio, se não jogo no lixo”, explica Catarino Aparecido, pedestre na Paulista.

Qualidade faz a diferença

Um fator importante tanto para quem entrega quanto para quem recebe panfletos é a qualidade do material. Segundo a maioria dos entrevistados a arte e a qualidade do papel influenciam bastante as pessoas para pegar os folhetos. Todos os 10 panfleteiros concordaram com essa afirmação. Não só eles, donos de comércio que utilizam essa mídia e pessoas que pegam os panfletos também acreditam que a arte influencia. “Eu não sei do que vai se tratar, então eu pego se ele for bonito e colorido”, conta Camila Pereira.

O entregador de folhetos José Brito já entregou diferentes tipos de panfletos. “Quando era um folheto menos trabalhado poucas pessoas pegavam. Agora estes mais bonitos, a maioria pega”, conta o entregador. O publicitário Luciano Montellato concorda com o diferencial da arte, e acrescenta que o modo como a pessoa entrega e sua roupa também ajudam. ”Uma pessoa com boa aparência, uma roupa adequada e com boa educação conseguirá um resultado melhor”, explica Luciano.

Porém para Ademar Kametani, gerente comercial de uma distribuidora de folhetos, a postura do entregador é o mais importante. “A receptibilidade não depende da qualidade do panfleto, pois o processo geralmente é rápido e a pessoa nem vê o que pega. O que mais influencia é a simpatia e a aparência do entregador”, complementa Ademar.

“Retorno é baixo”

A entrega de panfletos é muito comum em vias bem movimentadas, porém o retorno desta propaganda é considerada pequena pelos profissionais da área. O número de pessoas que pegam o panfleto é variável, segundo os entregadores.

O diretor de arte de uma agência de publicidade, Luciano Montellato considera o retorno pequeno. Para exemplificar isso há o dado fornecido por Roberto Santos, que trabalha na parte administrativa da auto-escola. Ele fala que de 1000 panfletos o retorno é de 10, que ligam para perguntar, não necessariamente fechar algum negócio. Roberto considera bom esse retorno.

Já o gerente comercial de uma agência, Ademar Kametani, considera a procura baixa também. “A procura seria mais ou menos de 0,1%. A cada 10000 o retorno seria mais ou menos uns dois ou três”, explica o gerente. O publicitário Luciano explica que a razão disso seria a falta de precisão do panfleto para atingir o seu público-alvo.

Como entregar Folhetos

Há diferentes formas de entregar panfletos. Uma delas é trabalhar sem agências de criação e distribuição, este é uma forma mais barata de divulgação. Segundo Mary Silva, gerente geral de um restaurante, que usa a panfletagem como publicidade, essa forma é barata e eficaz. “Gasto só com a impressão, um funcionário fez a arte e outro entrega os panfletos”, conta Mary. Ela acha esse sistema melhor porque a pessoa que entrega tem capacidade de responder dúvidas das pessoas. Segundo ela o retorno é bom, foram feitos 5000 panfletos, por dia aproximadamente 10 pessoas que receberam o folheto vão ao restaurante. “A garota fica em um local bom. “Ela entrega no horário antes do almoço, quando as pessoas estão em dúvida onde comerão. O bom que o nosso panfleto acaba rodando uma pessoa mostra para outra isso faz o retorno crescer”, completa a gerente.

Porém segundo o gerente comercial da distribuidora de panfleto, Ademar Kametani, essa forma não é muito segura. “Não há uma fiscalização, o entregador pode jogar tudo fora. Aqui junto com os entregadores, vai um supervisor”, esclarece Ademar. Ele afirma que quando o cliente contrata uma empresa o custo será maior, mas tudo será feito e pensando para dar o máximo retorno. Segundo nossos entrevistados, independentemente da forma como é entregue, a educação é importante nessa área.

Lixo, o maior problema da panfletagem

Para muitas pessoas quando falamos de panfletos vem logo à cabeça a poluição causada por esta mídia. Freqüentemente vemos grande número de papel jogado no chão. “Um dos maiores problemas da panfletagem é o lixo”, conta Luciano Montellato, publicitário. Outra profissional que possui a mesma opinião é o gerente comercial da empresa de distribuição de panfletos, Ademar Kametani. “A sujeira causada pelo panfleto é grande e isso acaba trazendo uma má reputação”, afirma o gerente.

Porém há saídas para este problema, uma auto-escola que usa a panfletagem como propaganda achou uma forma de resolver o problema do lixo. “Temos funcionários que percorrem o lugar da entrega recolhendo os papéis no chão. Dependendo do estado ele é reutilizado, explica Roberto Santos, que trabalha na parte administrativa da auto-escola. O entregador de panfleto Cristiano, que trabalha na Avenida Paulista, conta que se preocupa em recolher o papel jogado. “As pessoas tem que ter consciência. Se pegou, e não gostou joga no lixo, ou se for o caso nem pega”, critica o entregador.